« Continuo presa a uma memória mais presente na minha pele do que o próprio bater de coração. Tento concentrar-me na língua que me envolve, no som que a boca da minha professora vomita, que entendo por francês. Enquanto isso, parece que estou noutra sala, com outras pessoas, no meio de sons diferentes: música. À minha volta reina uma mistura de sentimentos: felicidade, medo, dúvida. Talvez seja eu que, na tentação daquele cheiro, não resisto a vaguear nos teus lábios, outra vez. Aí, a minha perdição começa e o vazio acaba, mas chegando ao fim dos poucos minutos que temos em comum, não há nada que nos prenda e partes sem mais nada dizer, outra vez.
Depois volto à realidade, em que tu não me falas, não me conheces. A aula acabou, estou sozinha entre quatro paredes, no meio do silêncio. É como se tivesse dormido... não há som, tu já foste e eu? Eu fiquei, porque prefiro deixar as coisas correr, a viver na ilusão em que elas se transformam. Se leres isto vais entender, ou não. Contudo, as palavras gastam-me a garganta e o cansaço começa a encher-me a mente; os olhos fecham-se e finalmente vou poder descansar. (apesar de até nos sonhos, estares presente.) »
aula de francês; 09/02/2011 - meu aniversário.
note: dedicado à catarina filipa.
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