acredito que um dia vou ficar direitinha, como em pequenina; vou voltar a olhar com tristeza a alegria das outras crianças, enquanto ando de um lado para o outro.
talvez volte a ser a ''meiga'', a ''querida'' que a minha mãe diz que já não conhece; talvez deixe de ser feliz por conhecer muitas pessoas, por jogar e divertir-me nos matraquilhos, por ir a bares e festas com as minhas amigas e aí talvez, mas só talvez, os meus pais tenham orgulho no que sou.
fico horas acordada a falar com as pessoas, a sentir-me acarinhada quando dentro da minha própria casa não me sinto. tento fingir que nada se passa, que estou muito bem onde estou (grande mentira). mas quando isso se começa a tornar natural, alguém grita: ''ÀS VEZES FARTO-ME MESMO DE TI'' ou então ''CHAMAM A ISTO FILHA?! DEVIAM DE CHAMAR M*R*A''.
sim, posso dizer que já estou habituada mas dói; dói mesmo muito (...)
acredito que um dia vou ficar direitinha, mas até lá? vou continuar a correr, a sentir a liberdade, agarrar o verde e ser feliz; não é isso que, normalmente, os pais querem?
Sem comentários:
Enviar um comentário