Para quê sonhar, se nada é real? Para quê lembrar coisas que não fazem sentido recordar? Para que é que vivemos, se a vida é dor? E porque é que há dor, se a cura para isso não existe? O querer é poder? Então porque é que eu quando quero uma coisa, ela se afasta como se temesse morrer ao ser minha? Tudo perguntas, sem respostas... Isto não vai acabar enquanto não tiver uma razão para tudo o que faço. Por isso é que as razões justificam os meios... mas será que justificam? Valerá mesmo a pena perder o que temos, se aquilo que procuramos é apenas um brinquedo?
Uma vez, sonhei em que te tinha nos braços, tinha os meus dedos no teu cabelo, os teus lábios de encontro aos meus... saboriando a tua saliva, envenenando-me com a tua língua... afogando-me cada vez mais nas tuas carícias, mas quando acordei... será que tinha sido mesmo necessárias as lágrimas que derramei ao não te ver a meu lado? Apenas palavras dizem o que sinto, apenas os meus olhos vêem o que não existe... apenas eu sei o que é a dor de não te ter aqui.
Tudo o que dizemos, será verdade? O nosso amor é assim tão forte para não se destruir em meses? Perguntas e perguntas... continuo sem as respostas que preciso de saber. E o tempo passa, sem parar... tempo perdido que não vamos recuperar. Sentido o frio, sem o teu calor para me aquecer. Roendo as unhas para disfarçar a ansiedade, sem ti para me repreender.
Olho em volta e vejo apenas vazio, apenas aquilo que ainda não preencheste. Tenho vontade de gritar, mas a voz falta-me... tenho vontade de chorar, contudo não existem lágrimas dispostas a cair. Morrer sem ti... morrer porque sei que existe um fim. O fim que quero esconder, talvez adoçar... apimentar, tornar a história num conto de fadas, com um amor tonto, daqueles que o tornam lindo... o tornam ''para sempre''.
Temos tudo para partirmos para a felicidade? Ou isto é apenas uma ilusão? Outra das muitas que vivi. Estendeste-me a mão e eu aceitei; isto será o fim da tristeza, ou apenas o início dela? Só espero que não, porque sempre que me lembro do teu nome... de tudo o que dissemos, passámos... é tão especial. Sentir que finalmente alguém me acolhe nos seus braços sem recusas, sem reclamações. Apenas com um sorriso nos lábios.
Cada linha aqui escrita é a minha perdição, aquilo que não me atrevo a confessar... segredos que a ninguém irei confiar. Cada vez me sinto mais pequena, neste mundo sem fim, onde tudo é nada e se nada temos então é porque somos ninguém, somos uma réplica do que não fomos, aquilo que nunca pensamos ser.
Sorrir sem sentido, amar por gosto... sentir por prazer. Apenas aquilo que eu faço dia-a-dia, porque não existe razão para não o fazer. Há um nome que guardo no meu coração, só por não querer sofrer, escondo-o na minha mão, com medo de um dia não o voltar a rever. Se será o mais correcto? Não sei... apenas não quero que a paz se afaste, que os sorrisos se tornem em sussurros de ódio, que as lágrimas caiam e formem um mar...
(reescrito).
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