como os abri, esqueci-me. ainda tenho a certa impressão de que eles existem, mas depois? não interessa, eram apenas uns olhos: comuns aos outros.
não vi nada para além de confusão, uma grande dor no castanho constante de alguém. quem? já não sei, essa memória é longínqua; qual lembrança perdida, naufragada num mar sem volta e meia.
tento proteger-me de algo inexistente, hoje, amanhã... mas quando os dias acabarem, vou voltar a fechar os olhos; talvez aí me lembre, porque algo me puxa para o passado: esse meu amigo confidente, apenas com risos mas sem olhares; sem o carinho que alguém me deu, mas quem?
esse vazio que sinto, é como se me faltasse algo; nunca esteve comigo, ou penso que sim, mas sinto falta disso.
esse vazio que é o meu companheiro, sem remorsos, sem amor: apenas uma pitada de rancor por o ter esquecido.
p.s: o segundo texto é meu, e o rapaz da foto é o joe brooks, o cantor da música do blog.